O medo bate à nossa porta quando vemos o telhado do vizinho a arder...
Pensamos em como seria estar naquele lugar...
Damos graças, por não ser nada connosco. Pedimos, rogando a tudo a que acreditamos, que não bata à nossa porta.
Beijamos, abraçamos e pedimos, mas pedimos muito.
Pedimos, mesmo sabendo que nada nos livra da hipótese e, por isso, vivemos tentando debelar o medo que nos assola, sempre que nos lembramos que a nossa porta também existe...
ou criamos uma couraça e resistimos dia após dia ou vamos ao fundo e ficamos por lá...
A escolha é nossa. A escolha é difícil. Mas há uma escolha. Há uma luta à nossa espera. Há sempre a decisão...
Num poço, há sempre o fundo, mas também há o topo onde a saída é assinalada pelo sol brilhante. A subida é dura, mas existe. As paredes têm frinchas que auxiliam a subida. Só é preciso encontrá-las e não desistir.
Há muito tempo, prometi a mim própria não escolher o fundo do poço. Prometi a mim própria não desistir. Porque há mais lá fora e lá ao fundo, bem ao fundo, o sol brilha...
Viraram uma febre e, em todos os cantos do nosso belo país, aí estão elas.
Umas mais fidedignas, outras mais comerciais, todas têm um pouco do espírito dos tempos medievais...
A sonoridade e os trajes iniciam esta viagem no tempo e aguçam a imaginação... já o repasto, adapta-se ao gosto do povo que por lá passeia, mas poucas vezes se assemelha aos costumes passados pelos nossos professores de História mais entusiastas.
Todos os anos, iniciamos o tour medieval... Feiras mais pequenas ou maiores, lá as vamos visitando... Já reconhecemos nomes de grupos musicais, animações ou rostos que se repetem de ano para ano.
Este fim de semana, deu-se o início... Vilar Medieval, deixou um pouco a desejar, mas satisfez um pouco as ânsias da família e deu para a princesa sonhar com reis e rainhas, cavaleiros e lutas por princesas e música e dança...