sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O fim do sonho

Quando era pequenina, brincava às mães e às escolas. Na brincadeira do faz-de-conta, eu era a professora. 

Cresci com esse sonho e nunca surgiu a dúvida. A única questão, prendeu-se com a área a lecionar, uma vez que os meus interesses eram diversos.

Estudei e licenciei-me com mérito, sem benefícios ou auxílios alheios. Não comprei o meu curso! Conclui-o numa escola pública, credibilizada pelo mesmo ministério que agora coloca em causa a sua credibilidade ao questionar a competência que foi certificada.

Ao longo de dez anos, saltitei de escola em escola, sempre com a mesma dedicação, independentemente do tempo de duração do contrato ou das tarefas atribuídas.

Contribuí para a formação e desenvolvimento pessoal de centenas de alunos, que reconheceram o meu desempenho e a minha competência.

Tive sempre como objetivo, o sucesso pessoal e educativo dos meus alunos!

Lutei pelos direitos dos professores com todas as minhas armas. Fui prejudicada, mas nunca desisti dos meus ideais.

Para quem não conhece esta luta e, mais uma vez, acha que os professores querem ser especiais ou não querem ser avaliados, deixo a minha posição. Vale o que vale e não pretende ser uma afronta a ninguém. É o meu desabafo.

Não faço uma prova que não tem um objetivo claro e definido. Não faço uma prova que pretende promover a qualidade do ensino na escola pública, quando apenas testa uma percentagem mínima dos professores responsáveis por esse ensino. Não faço uma prova que humilha e retira toda a credibilidade à imagem do professor.

Durante anos, foi exigido que o professor fosse o mestre, o pai/mãe, o psicólogo, o assistente social... entre outras funções. Mais do que uma vez, fui chamada de mãe, o que muito me assustou. 

Agora, digo adeus a um sonho, porque recuso fazer esta prova! Nunca conseguiria voltar a dar aulas se fizesse esta prova. Como poderia apresentar-me perante os meus alunos, depois de me sentir humilhada e descredibilizada?   

Digo não à prova! Posso nunca mais dar aulas, mas serei sempre a professora da minha filha e sei que, nos últimos dez anos, dei tudo de mim e toquei alguns dos meus alunos e isso deixa-me tranquila! 

A cura... do nosso país

Podia falar que a cura, por vezes, mata mais que a doença, mas não me apetece falar de coisas más...

Por isso, numa busca contínua de energia positiva, vou focar-me na cura. Não na cura de alguém próximo, mas a cura mais importante de todas, a cura do nosso país!

Atravessando um momento de cura pessoal, cheguei à conclusão que as crianças podem (para mim, são) a principal fonte de cura.

Ajudam a sorrir; afastam as nuvens negras; fazem autênticos passos de magia; proíbem qualquer tristeza e iluminam qualquer lar.

Num país onde cada vez menos se investe na natalidade, onde as crianças começam a ser jóias raras, é natural que todos nos sintamos tristes e que o país se afunde a cada dia...

Fala-se em desenvolvimento, em saída da recessão ou o que lhe queiram chamar, mas a verdade é que as pessoas continuam a sentir-se doentes, desanimadas e, mais importante, sem esperanças.

E que tal investirmos na cura!??!?!

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Silêncio

Ontem, descobri que gosto do silêncio.

Ontem, descobri que aprendi a gostar do silêncio.

Ontem, perdi para ganhar...

Ontem ganhei o que, apesar de não desejar, sabia que estava perto.

Ontem, ganhei um anjo-da-guarda; mais um anjo-da-guarda; o maior de todos.

Ontem, comecei a aprender a viver com a ausência.

Ontem, começou uma nova etapa, onde as fantásticas memórias vão reinar, o medo vai surgir muitas vezes, o coração vai gelar e eu vou tentar sempre!

Ontem, disseram-me que era uma pessoa com muita sorte, porque sempre vou ter um pai excelente!

Hoje, continuo a gostar do silêncio. Hoje, o vento amainou e o sol brilhou. Hoje, a vida mostrou-me que tudo continua. 

Hoje, tudo continua...

domingo, 24 de novembro de 2013

Sou feliz...

Sou feliz...

quando gozo os raios de sol em pleno outono;

quando vejo a minha filha a descobrir o mundo;

quando mimo e recebo mimo (enquanto posso);

quando sacio a minha gula com uma recheada pizza preparada pelos meus dois grandes amores;

quando vivo a vida, porque, muitas vezes, ela troca-nos as voltas!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Castelos de gelo

Todos temos fases...

Há fases em que nos sentimos castelos de gelo, indiferente a todas as tormentas, resistente a todas as intempéries!

No entanto, o que não derruba o castelo, acaba por deixar mossa. E, por vezes, a mossa transforma-se numa fissura e, sem darmos, por ela o castelo derrete e ficamos expostos.

E quando parece que não somos tão fortes como pensamos, descobrimos que há uma força em nós que nunca havíamos desconfiado!

E, sem darmos conta, reconstruímos o castelo e voltamos a ser fortes e resistentes como o gelo!


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Má mãe

Quem é mãe (de sangue, coração ou afeto....) de certeza que, pelo menos uma vez na vida, se sentiu a pior pessoa à face da terra. Eu, que ando nestas andanças há pouco tempo, já me senti assim milhares de vezes... 

Aquele sentimento de que só nos acontece a nós e que somos a incompetência em pessoa surge e parece que não fazemos nada certo.

Mas, depois surgem pérolas como esta e chegamos à brilhante conclusão que talvez seja um mal comum à condição e não um defeito nosso...

E, outras vezes. ocorrem momentos mágicos que nos dão a certeza que estamos no caminho certo. Como a nossa princesa ter um momento "senhora ternura e educação" no meio da terrível fase dos dois anos, tal como pedir desculpa (assim do nada, totalmente fora do momento da asneira) por ter pintados os lábios com os lápis de cera, com a cara e a voz mais doce deste mundo.

Afinal, talvez não seja tão má mãe como isso, devo ter apenas os meus momentos...

Precisei...

Ontem precisei de ver fotografias antigas... Procurar o norte nas recordações e encontrá-lo perdido entre boas memórias.

Ontem, ganhei ainda mais consciência que quando damos o melhor de nós, o mundo retribui-nos. O problema é perceber essa retribuição.

Ontem, tive mais consciência de como estás a crescer. 

Ontem, relembrei os teus olhinhos esbugalhados, mal chegaste a este mundo de doidos. Devia ter percebido o que me esperava...

Ontem, ganhei um pouco mais do teu amor e fui tão feliz!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Expectativas #2

E quando as expectativas são depositadas em nós!? E, ainda pior, quando nós nos preocupamos com os outros e tentamos satisfazer todas as expectativas?! 

Estamos tramados! E eu começo a ficar cada vez mais tramada!

É duro sentir que os outros esperam de nós. É duro sentir que os outros esperam de nós em demasia. É ainda mais duro sentir que nem sempre estamos à altura!

Perante tudo isto, vai ser duro aprender a lidar com as expectativas dos outros; vai ser duro aprender a relativizá-las e aprender a ganhar o norte por nós!

Apesar de ser duro, eu vou tentar!

Melhor amigo!

Esqueçam os diamantes! Nem por sombras os diamantes podem ser os melhores amigos da mulher... São raros, caros e falsificáveis!

Definitivamente, o melhor amigo da mulher é o chocolate!

Sempre que estamos em baixo a quem recorremos?

Quando estamos desconsoladas, o que nos apetece?

CHOCOLATE!!!

É saboroso, acessível a qualquer carteira e muito reconfortante!!

Contudo, como tudo na vida, gosta tanto de nós, que se cola às ancas e dificilmente larga...

 O preço da felicidade?!?!?!

domingo, 17 de novembro de 2013

Expectativas...

Deixei de criar expectativas! É mais fácil viver a vida assim! 

Quando não há expectativas, não há desilusões, logo não há sofrimento, porque sofrer não é nada um princípio de uma vida feliz, com muito norte!

Há algum tempo, diziam-me que pertencia à geração sem planos ou projetos; a geração do imediato. Após pensar um pouco, concluí que essa pessoa tinha toda a razão.

Aprendi a viver o dia a dia e abdicar de projetos ou sonhos mirabolantes. Talvez esteja errada e seja apenas um escape preguiçoso, mas, neste momento, prefiro viver assim. Aproveitar o meu presente, aprender a vivê-lo ao máximo, acreditando que o dia de amanhã me espera, mas sem lhe exigir muito. 

Até amanhã!!!




sábado, 16 de novembro de 2013

Preparados para tudo?

Será que conseguimos prepararmos-nos para a perda de algo ou alguém que foi "nosso" toda a nossa vida?

Será que a dor é menor quando sabemos que essa perda vai acontecer?

Será que alguém que sabe que vai ser amputado consegue preparar essa perda e conceber a sua vida sem o seu membro?

A dor é muita e a ansiedade é angustiante. Não é fácil saber que vamos perder. Magoa saber o que nos espera!!!

Sinceramente, acho que ninguém se prepara para a perda, apenas tem a oportunidade de aproveitar ao máximo; aproveitar ainda mais!

Saber que vamos perder, pode deixar-nos a ganhar tudo o que podemos: o mimo, as recordações, os afetos, tudo o que verdadeiramente importa...

E, sim, a perda dói e vai doer sempre. Apenas nos vamos habituar a essa dor e aprender a viver com ela.

Apenas lutaremos para conseguir conciliar a dor com a necessidade de reviver. Reaprenderemos a ser felizes mesmo com uma dor inultrapassável!

Mas agora, esforço-me para anular a dor e vivo a vida e arrecado lembranças, proporciono momentos, para que a dor seja mais fácil de ser vivida.

E, talvez, nunca estejamos preparados para nada, mesmo quando estamos à espera de tudo!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Umbigos

Quem pensa que o tamanho do seu umbigo depende do seu peso ou da cicatrização após o nascimento, desengane-se completamente.

O tamanho do umbigo depende completamente do tamanho do ego, ou melhor da forma como nós vivemos a vida e da relação que temos connosco e com os outros.

Há pessoas com umbigos gigantes (quase do tamanho do mundo) e que não conseguem ver "um palmo à frente do seu nariz", há outros com umbigos normais e aqueles quase invisíveis. 

Quem vive centrado apenas no seu umbigo, vive só para si mesmo e obriga todos a viver em sua função.

Depois, há aqueles a quem os outros são um pouco indiferentes, mas que conseguem compreender um pouco o outro e até respeitá-lo.

E, por fim, temos os umbigos invisíveis (não estão perdidos nas banhas, não pensem) que querem viver a vida dos outros e até chegam a anular-se.

Eu cá, trabalho para ser um umbiguito regular, que não incomode muito, mas que tenha algum amor próprio para nunca se anular. Um umbiguito regular a trabalhar para ser feliz!

PS - Começo a ficar cansada de umbigos do tamanho do mundo...

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A ganhar o norte #3

Gosto deste verão de S. Martinho. 

Gosto de sentir o sol no rosto. 

Gosto de pegar na princesa e vê-la escorregar e brincar no parque, cada vez mais senhorinha de si e menos menina da mamã (sinceramente, não gosto tanto desta última parte, mas...).

Gosto de ver o sol refletir no mar, ouvir a força das ondas, ver o sorriso das pessoas no rosto e ganhar um pouco de norte, neste momento tão desnorteado.

Gosto deste verão de S. Martinho e da ajuda que me dá neste dias mais cinzentos... 

Por favor, S. Martinho, embora este pedido venha um pouco atrasado, este ano quero menos castanhas e menos vinho. Quero mais sol, e um pouco do teu verão por mais uns dias!!!!

Detalhes

Há detalhes que são nossos. Há detalhes que nunca partilhamos com ninguém, nem o queremos fazer. Há detalhes que nos afetam de tal forma, que os enterramos bem fundo nas nossas entranhas. Não os conseguimos esquecer, mas escondemos, porque assim não magoam tanto.

Há pessoas sedentas de detalhes. Há aquelas pessoas que perdem a noção do limite e questionam tudo. Questionam até mesmo o que nunca se pergunta.

Se por falta de noção ou por uma necessidade de satisfazer uma curiosidade extrema, querem conhecer os detalhes. 

Há pessoas que querem saber; mas há detalhes que ninguém nunca deve saber, por isso é melhor pensar bem antes de questionar, porque a resposta pode magoar.

Dificilmente, alguém remexe nas entranhas de outra pessoa e sai sem se sujar!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Investimento

Todos os dias investimos algo em nós ou nos outros. Caso contrário, como na banca, perdemos. E o pior, é que não perdemos euros. Perdemos pessoas, incluindo nós próprios.

Cada dia, é uma oportunidade na bolsa da vida. Cada dia podemos investir em nós próprios ou apostarmos naqueles que nos rodeiam e são importantes para nós.

Não é fácil, abandonarmos a nossa área de conforto, tentarmos compreender aqueles que nos rodeiam e valem ouro para nós, mas é a única solução para enriquecermos e não nos perdermos algures.

E, como na banca, há bons e maus investimentos. Assim, é importante estarmos atentos, escolhermos bem os nossos investimentos e nunca desistirmos de investir.

Porque nunca somos ricos demais!


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Good Vibes



Há momentos na vida que assustam. 

Perante o susto, a tendência é ficarmos cinzentos e afugentar toda a cor do nosso redor.

Na realidade, perante o susto, o medo, o terror, precisamos de cor, de energia positiva (muita), de pensamentos cor-de-rosa, de brilhantes arco-íris!

Hoje, luto contra as nuvens, não só as que povoam o céu (onde anda o sol!?!??!), mas especialmente as que teimam em carregar a minha vida.

Estou cansada de energia negativa, de sentimentos menores.

Sim, a vida é fo****, mas...

posso viver com energia positiva!

posso lutar por um amanhã melhor!

posso usufruir e dar graças por tudo o que tenho!

posso ser feliz!

Mesmo não sendo perfeita. Mesmo tendo uma vida quase perfeita. Mesmo tendo o mundo nos ombros. Preciso de "good vibes"!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Desafiar

Com a idade, deixamos de desafiar a vida. Aceitamos o que ela traz e ganhamos mil e um receios, muitos deles infundados.

Parece que esquecemos as várias alturas da vida em que o essencial era desafiar. Desafiar tudo e todos. Levar tudo aos limites de forma inconsequente, até porque desconhecíamos o conceito de consequência, ou talvez o objetivo fosse encontrá-la!

Vejo agora esse ato de desafiar; sou vítima dele a toda a hora e questiono-me: "Por que deixei de o fazer?"

Quero fugir do medo que me impede de desafiar! Quero testar os limites daqueles que me rodeiam! Quero gostar de mim sem receios ou preconceitos!

Não quero voltar no tempo! Não preciso de máquina do tempo, porque o passado vivi-o e, bem ou mal, está vivido. Quero apenas recuperar o lado mais rebelde...  

Talvez, assim, conquiste um pouco mais do norte que tanto preciso e procuro!

domingo, 3 de novembro de 2013

Acreditar

Pode ser difícil... Implica depositar toda a nossa confiança em algo, o que não é nada fácil. 

E quando, por alguma razão, deixamos de acreditar, ainda é muito pior.

Por isso, o exercício do dia é acreditar. APENAS acreditar.

Acreditar que somos capazes de tocar o céu; de vencer o impossível; de nunca desistir...

Acreditar que o dia de amanhã será melhor e que o nosso esforço nos vai recompensar.

Acreditar que somos capazes de ver o horizonte e não nos contentarmos com ele.

Acreditar que, mesmo com toda a dor e sofrimento, vale a pena acreditar e lutar.

Hoje e sempre, ACREDITAR é a palavra de ordem. E toca a tocar o céu, abrir as asas e voar sem ter medo de cair. Porque depois da queda, apenas podemos levantar-nos, porque o chão é muito duro para nos mantermos lá deitados.


sábado, 2 de novembro de 2013

Os três porquinhos

Para quem conhece a história, há dias em que me sinto no meio do famoso conto tradicional "Os três porquinhos"!

E como filha mais velha e com todo o espírito de irmã mais velha, tinha que me sentir tal e qual o porquinho mais velho... Era muito mais giro ser o porquinho descontraído que leva a vida sem grandes complicações, mas não, tenho que ser complicada!!!!!

Só gostava de apanhar o malvado lobo mau que tanto tenta deitar a minha casa abaixo. Sou uma pessoa amiga dos animais e gosto muito de lobos, mas o que invadiu a minha vida nos últimos meses... fazia dele um belo casaco de peles!!!

Pode ser que ainda me venha a sentir mais no espírito da Cinderela, quem sabe? Sempre a acreditar que melhores dias virão!!!


Mas, só para informar... eu não tenho medo do lobo mau, por isso ele que se prepare que eu ainda o apanho na curva e volto a ver a minha vida a brilhar!!!