Agora, és a neta mais velha, mas, para ele, o teu avô Chico, foste a única neta.
Aquela que ele amou! Aquela que lhe colocava um brilho especial no olhar! Aquela que lhe deu vida, quando todos o condenavam à morte.
Hoje, questionas as injustiças da vida. Hoje, quase dois anos passados, falas dele e deixas-me o coração apertado e a lágrima no canto do olho.
Questionas o porquê de não poderes estar com ele. Questionas a falta que sentes dele. Falas dele como se dois anos, fossem um dia!
Dói-me a alma quando te ouço falar no teu avô Chico, mas, ao mesmo tempo, enches-me por saber que não o esqueces e que à tua maneira, exorcizas a saudade que sentes.
Disseste há pouco tempo que não era justo o avô Chico não conhecer o Francisco. Aquele a quem deve o nome e que ele tanto desejou...
Anita, nunca duvides do quanto o teu avô te adorou, mas o Francisco foi tão desejado por ele...
Dói-me não lhe ter dado a alegria de o conhecer ou saber que ele chegaria em breve...
Mas a vida é mesmo assim, injusta! E, perante estas injustiças, resta-nos viver a saudade e cultivar as recordações plantadas em nós!